quarta-feira, 11 de março de 2015

Ipomea cárnea



DODI, Jessica; GUARNIERI, Marcella; VASCONCELLOS, Larissa; OLIVEIRA, Laís; MELLO, Semíramis.
Orientador: Profª Aline de Mello Cruz

Ipomea cárnea

Ipomea cárnea (figura 1) é uma planta da subespécie fistulosa que causa doença de depósito lisossomal em ruminantes. É um arbusto aquático perene, que possui caule com interior esponjoso, meio trepador, de 1 a 4 m de altura. A semente pilosa (origem do nome algodão) é espalhada pela água. Cresce somente em solo de barro (argiloso), muito alagável. É muito comum em lagoas rasas nas planícies de inundações dos rios negro, Abobral e Paraguai. Aumenta em campos com excesso de gado ou perto de porteiras, cochos e aguadas.  

Nome popular: É conhecido popularmente como Algodão Bravo, Canudo e Algodoeiro. 

Parte tóxica da planta: A planta inteira é tóxica, não tendo uma parte específica.



Figura 1. Fonte:http://www.gege.agrarias.ufpr.br/Portugues/Arquivos/Plantas%20toxicas%20de%20pastagens.pdf


Mecanismo de ação: Seu mecanismo de ação envolve o depósito lisossomal em ruminantes, principalmente caprinos. O principio ativo é o alcalóide indolizidínico swaisonina, que inibe as atividades das enzimas α manosidase lisossomal e α-manosidase II do aparelho de Golgi. Na planta têm sido identificadas, também, calisteginas B1, B2, B3 e C1.

Sinais clínicos: Sinais clínicos envolvem sonolência, emagrecimento progressivo, pêlos arrepiados e sinais nervosos caracterizados por dismetria (figura 2), ataxia, hipermetria, paraparesia espástica, tremores de intenção, nistagmo, posição com base ampla e outras posturas anormais. Quando movimentados ou agitados os sinais são exacerbados podendo observar-se marcada incoordenação dos membros posteriores ou quedas. Durante a gestação de cabras a ingestão de I. cárnea, alem de causar toxicidade materna, podem causar efeitos teratogênicos.
Histologicamente havia tumefação e vacuolização celular, em neurônios, células acinares pancreáticas, tubulares renais e foliculares da tireoide.

Não se conhece tratamento para casos de intoxicação por I. carnea. Os criadores abatem os animais afetados para aproveitamento da carne, antes que esses emagreçam demais.

Figura 2. Bovino com dismetria associada ao consumo de I. cárnea. Bovino se mantém por longos períodos com alimento na boca sem movimentos de mastigação.
Fonte:  http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2007001000005&lng=en&nrm=iso


Referência Bibliográfica: 

BARBOSA, Raquel Ribeiro, FILHO, Martin Rodrigues, et al. Plantas tóxicas de interesse pecuário. Disponivel em: <http://www.agronomia.com.br/conteudo/artigos/artigos_leguminosas_tropicais_leucaena.htm> Acesso em 08.Mar.2015

CORREAL, Riel Franklin, et al. Plantas tóxicas do nordeste. Disponível em: <http://www.inctplantastoxicas.com.br/Painel/uploads/D16MCY.pdf> Acesso em 07.Mar.2015.

OLIVEIRA JUNIOR, Carlos Alberto de et al . Sinais clínicos, lesões e alterações produtivas e reprodutivas em caprinos intoxicados por Ipomoea carnea subsp. fistulosa (Convolvulaceae) que deixaram de ingerir a planta.Pesq. Vet. Bras., Rio de Janeiro , v. 31, n. 11,Nov. 2011 .  Disponpivel em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2011001100003&lng=en&nrm=iso>.Acesso em: 08  Mar. 2015.

HENRIQUE, Breno Schumaher. Efeitos tóxicos da “Ipomea cárnea” em caprino II – estudos de teratogenicidade. 2005. Tese(Doutorado em Toxicologia e análises toxicológicas) – Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de Sâo Paulo, São Paulo, 2005. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9141/tde-18092007-094808/pt-br.php Acesso em 08. Mar.2015.

ANTONIASSI, Nadia A.B. et al . Intoxicação espontânea por Ipomoea carnea subsp. fistulosa (Convolvulaceae) em bovinos no Pantanal Matogrossense. Pesq. Vet. Bras., Rio de Janeiro , v. 27,n. 10,Oct. 2007 .  Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2007001000005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 08 Mar. 2015. 

DITTRICH, João Ricardo. Principais plantas tóxicas de pastagens. Disponível em <http://www.gege.agrarias.ufpr.br/Portugues/Arquivos/Plantas%20toxicas%20de%20pastagens.pdf>. Acesso em 05.Mar.2015



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