quarta-feira, 11 de março de 2015

Leucaena leucocephala


DODI, Jessica; GUARNIERI, Marcella; VASCONCELLOS, Larissa; OLIVEIRA, Laís; MELLO, Semíramis.
Orientador: Profª Aline de Mello Cruz

Leucaena leucocephala 

Leucaena leucocephala (figura 1) é uma leguminosa perene arbustiva, originária da América do Sul, Central e Ilhas do Pacífico. Apresenta flores brancas agrupadas e uma cabeça globular, sementes elípticas, compridas e marrom brilhante. É tolerante à acidez e não tolera solos úmidos. Poucos resistentes ao frio. Tem crescimento inicial lento, mas apresenta boa rebrota. A utilização para pastejo não deve ultrapassar a 1,50 m de altura. A Leucaena leucocephala atinge principalmente ovinos e equinos, podendo também atingir caprinos e bovinos, a intoxicação ocorre quando a planta e administrada como único alimento ou faz parte de mais do que 30% da alimentação.


Nome científico: Leucaena leucocephala

Nome popular: Leucena

Parte tóxica da planta: Folhas e sementes



Figura 1. Leucaena leucocephala.
Fonte: http://wildlifeofhawaii.com/flowers/1266/leucaena-leucocephala-white-leadtree/


Mecanismo de ação: O principio ativo é um aminoácido chamado mimosina presente nas folhas e sementes da planta. Os efeitos adversos são atribuídos também aos metabolitos desta toxina apos sua degradação ruminal, sendo a forma mais tóxica o metabólito denominado de 3,4 dihidroxi piridina, o qual se atribuiu o efeito bociogênico, e a menos tóxica o composto 2,3 dihidroxi piridina. A análoga da estrutura química da mimosina também se estende aos neurotransmissores derivados da tirosina: A dopamina e a norepinefrina. No entanto, não há estudos que possam indicar que a mimosina possua efeitos agonistas ou antagonistas desses neurotransmissores. 

A molécula da mimosina também possui um domínio responsável por quelar metais, mais especificamente aqueles de transição como o Fe+3 e uma possível estrutura do complexo Fe+3 foi proposto. Assim, essa fitotoxina pode diminuir a utilização de folato por alguns tecidos animais, ja que os quelantes de ferro possuem essa característica. No entanto outra pesquisa afirma que a diminuição da utilização do folato por tecidos animais é pela atividade antagonista da mimosina com o acido fólico.

Sinais Clínicos: 

Envolve queda de pelo ou da lã (figura 2). Em cavalos há perda dos pelos da cauda e crina. em todas as especies pode haver alopecia, salivação, perda de peso e as vezes morte. Os animais se recuperam após a retirada da Leucaena leucocephala da alimentação. Alem da perda de pelo e da lâ pode haver ulceras da língua, faringe ou esôfago. bócio pode, também ocorre. Na histopatologia observa-se acentuada telogenização folicular (folículos em repouso). 


Figura 2. Desprendimento espontaneo da lã após consumo da planta. 



Referência Bibliográfica:


BARBOSA, Raquel Ribeiro, FILHO, Martin Rodrigues, et al. Plantas tóxicas de interesse pecuário. Disponivel em: <http://www.agronomia.com.br/conteudo/artigos/artigos_leguminosas_tropicais_leucaena.htm> Acesso em 08.Mar.2015

Leucena. Disponível em: <http://w3.ufsm.br/herbarioflorestal/especie_detalhes.php?nome_filtrado=leucena> Acesso em 05.Mar.2015

ALMEIDA, Ana Paula M.G. et al . Avaliação do efeito tóxico de Leucaena leucocephala (Leg. Mimosoideae) em ovinos.Pesq. Vet. Bras., Rio de Janeiro , v. 26,n. 3, Sept.  2006 .  Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2006000300011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 08 Mar. 2015.

POSSENTI, Rosana Aparecida. Efeitos de dietas com Leucaena leucocephala com ou sem adição de Sacharomyces cerevisiae na digestão, fermentação, protozoários e produção de metano no rúmen em bovinos. 2006. Tese (Doutorado em qualidade e produtividade animal) – Faculdade de Zootecnia e Engenharia de alimentos, Universidade de São Paulo, Pirassununga, 2006. Disponivel em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-18072006-135007/pt-br.php. Acesso em: 07. Mar.2015.

DITTRICH, João Ricardo. Principais plantas tóxicas de pastagens. Disponível em <http://www.gege.agrarias.ufpr.br/Portugues/Arquivos/Plantas%20toxicas%20de%20pastagens.pdf>. Acesso em 05.Mar.2015



















Ipomea cárnea



DODI, Jessica; GUARNIERI, Marcella; VASCONCELLOS, Larissa; OLIVEIRA, Laís; MELLO, Semíramis.
Orientador: Profª Aline de Mello Cruz

Ipomea cárnea

Ipomea cárnea (figura 1) é uma planta da subespécie fistulosa que causa doença de depósito lisossomal em ruminantes. É um arbusto aquático perene, que possui caule com interior esponjoso, meio trepador, de 1 a 4 m de altura. A semente pilosa (origem do nome algodão) é espalhada pela água. Cresce somente em solo de barro (argiloso), muito alagável. É muito comum em lagoas rasas nas planícies de inundações dos rios negro, Abobral e Paraguai. Aumenta em campos com excesso de gado ou perto de porteiras, cochos e aguadas.  

Nome popular: É conhecido popularmente como Algodão Bravo, Canudo e Algodoeiro. 

Parte tóxica da planta: A planta inteira é tóxica, não tendo uma parte específica.



Figura 1. Fonte:http://www.gege.agrarias.ufpr.br/Portugues/Arquivos/Plantas%20toxicas%20de%20pastagens.pdf


Mecanismo de ação: Seu mecanismo de ação envolve o depósito lisossomal em ruminantes, principalmente caprinos. O principio ativo é o alcalóide indolizidínico swaisonina, que inibe as atividades das enzimas α manosidase lisossomal e α-manosidase II do aparelho de Golgi. Na planta têm sido identificadas, também, calisteginas B1, B2, B3 e C1.

Sinais clínicos: Sinais clínicos envolvem sonolência, emagrecimento progressivo, pêlos arrepiados e sinais nervosos caracterizados por dismetria (figura 2), ataxia, hipermetria, paraparesia espástica, tremores de intenção, nistagmo, posição com base ampla e outras posturas anormais. Quando movimentados ou agitados os sinais são exacerbados podendo observar-se marcada incoordenação dos membros posteriores ou quedas. Durante a gestação de cabras a ingestão de I. cárnea, alem de causar toxicidade materna, podem causar efeitos teratogênicos.
Histologicamente havia tumefação e vacuolização celular, em neurônios, células acinares pancreáticas, tubulares renais e foliculares da tireoide.

Não se conhece tratamento para casos de intoxicação por I. carnea. Os criadores abatem os animais afetados para aproveitamento da carne, antes que esses emagreçam demais.

Figura 2. Bovino com dismetria associada ao consumo de I. cárnea. Bovino se mantém por longos períodos com alimento na boca sem movimentos de mastigação.
Fonte:  http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2007001000005&lng=en&nrm=iso


Referência Bibliográfica: 

BARBOSA, Raquel Ribeiro, FILHO, Martin Rodrigues, et al. Plantas tóxicas de interesse pecuário. Disponivel em: <http://www.agronomia.com.br/conteudo/artigos/artigos_leguminosas_tropicais_leucaena.htm> Acesso em 08.Mar.2015

CORREAL, Riel Franklin, et al. Plantas tóxicas do nordeste. Disponível em: <http://www.inctplantastoxicas.com.br/Painel/uploads/D16MCY.pdf> Acesso em 07.Mar.2015.

OLIVEIRA JUNIOR, Carlos Alberto de et al . Sinais clínicos, lesões e alterações produtivas e reprodutivas em caprinos intoxicados por Ipomoea carnea subsp. fistulosa (Convolvulaceae) que deixaram de ingerir a planta.Pesq. Vet. Bras., Rio de Janeiro , v. 31, n. 11,Nov. 2011 .  Disponpivel em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2011001100003&lng=en&nrm=iso>.Acesso em: 08  Mar. 2015.

HENRIQUE, Breno Schumaher. Efeitos tóxicos da “Ipomea cárnea” em caprino II – estudos de teratogenicidade. 2005. Tese(Doutorado em Toxicologia e análises toxicológicas) – Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de Sâo Paulo, São Paulo, 2005. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9141/tde-18092007-094808/pt-br.php Acesso em 08. Mar.2015.

ANTONIASSI, Nadia A.B. et al . Intoxicação espontânea por Ipomoea carnea subsp. fistulosa (Convolvulaceae) em bovinos no Pantanal Matogrossense. Pesq. Vet. Bras., Rio de Janeiro , v. 27,n. 10,Oct. 2007 .  Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2007001000005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 08 Mar. 2015. 

DITTRICH, João Ricardo. Principais plantas tóxicas de pastagens. Disponível em <http://www.gege.agrarias.ufpr.br/Portugues/Arquivos/Plantas%20toxicas%20de%20pastagens.pdf>. Acesso em 05.Mar.2015